Esses dias postei uma foto de 2 tomatinhos no Facebook do
blog (foto abaixo). Um deles dizia que era orgânico e outro que era livre de
agrotóxicos*. Aí escrevi que estava toda feliz pois eram opções saudáveis de
alimentos que estavam disponíveis com facilidade no mercado. Quando uma amiga
minha me chamou atenção: um dos tomatinhos não era orgânico. Uai, mas era livre
de agrotóxico, não é isso o que importa? E ela disse, não, não é só isso. Tomei
um susto, pois achei que era conhecedora do assunto. Então saiba você também,
caso seja um (mal) conhecedor do assunto como eu: não basta o alimento ser
livre de agrotóxico. Para ele ser considerado realmente bom para consumo, ele
deve ser também isento de adubos químicos ou substâncias sintéticas. E quando
a gente fala em saúde lembra-se só da gente, mas e a saúde do solo? Da água, do
ar e dos animais que rodeiam essas plantações? Alguém se lembrou disso? Pois
isso está tudo interligado para que sua refeição seja legal de verdade. Por
isso que o conceito de orgânico é muito mais amplo do que o “livre de
agrotóxicos”.
Lendo uma coisa aqui e outra ali, descobri que saudável não é aquele
prato colorido que todo especialista diz que a gente deve comer. Saudável é o
alimento que não carrega veneno (que deram o nome de agrotóxico) que pode
prejudicar não só a mim, mas a quem planta, e como falei acima, a todo nosso ecossistema.
Assistam quando tiverem um tempinho (faça-o agora mesmo, você não vai se
arrepender!) o documentário “O veneno está na mesa” (link abaixo). Baseado em dossiê da
Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), divulgado em 2012, o filme
mostra que desde 2008, quando ultrapassou os Estados Unidos, o Brasil é o país
que mais utiliza agrotóxicos no mundo. Você sabia disso? Chocante!
Abaixo uma tabela da ANVISA com um estudo iniciado em
2001 com os 10 alimentos mais contaminados com agrotóxicos.**
tabela
E a gente lutando por uma alimentação rica, cheia de nutrientes e nunca
paramos pra pensar o quanto essa alimentação que a gente considera saudável, pode
estar nos prejudicando (a curto, médio e longo prazo, ainda mais se estivermos
pensando na cadeia produtiva toda).
A sessão de orgânicos do supermercado agora vai contar com uma
consumidora mais fiel e entusiasta. Meu carrinho que era modesto na quantidade
de orgânicos, agora vai bombar (e meu saldo bancário também, pois infelizmente
o orgânico ainda pesa mais no bolso, mas na minha consciência e saúde, não vai
mais pesar).
Pensem nisso: você tem certeza que o que você está colocando no seu
prato é realmente bom pra você e sua família? Eu até agora não tinha essa
consciência, não tinha noção do tamanho do problema. Viva o consumo consciente.
Se a gente quiser se enganar, aí é outra questão.
Beijos sabor pitanga (orgânica)!
Foto do meu carrinho de compras hoje, 30/09/13
* Sobre o tomatinho da foto, da marca TOMATOLOKO, não
encontrei um meio de contato com o fabricante pra saber como ele é feito.
Encontrei apenas o site WWW.fsb.eco.br e por lá
parece que o produto é legal, mas eu não entendi porque ele não é considerado
orgânico... se alguém souber, me avise.
Fontes:
**Tabela ANVISA: http://www.ciclovivo.com.br/noticia/os_10_alimentos_mais_contaminados_por_agrotoxicos
Olá, estou amando o blog! Por favor, não deixe de continuar a escrever, estou amando as orientações e me identificando muito!!
ResponderExcluirTambém moro em Goiânia-GO.
Minha filha vai completar 7 meses e já comecei a papinha de frutas e salgada. Ainda faço a papinha com a carne(nem sempre), porque você sabe, os parentes ficam de olho em você, e se você diz que não quer que seu filho coma carne, eles ficam pensando que você tá doida! E me forçaram a colocar a carne na papinha. Ainda mais eu que sou mãe nova, tenho 20 anos, então ficam julgando que eu estou com idéias mirabolantes. De certa forma fiquei feliz, porque ela não gostou nem um pouco das papinhas(ainda) e vai dar um tempinho pra eu reajustar o seu cardápio. Ela é aquele tipo de bebê que demora um pouco a se adaptar com a textura, gosto, etc. Então estou tentando todos os dias mas ela ainda não come. Ela ama papinha de frutas!!
Depois de muito estudo durante a gravidez, livros, e conceitos pessoais tenho certeza de que quero que minha filha cresça sem comer carne! No entanto, ainda sou leiga sobre o assunto... Devido ter crescido carnívora, não tenho muita idéia de como colocar variedades na alimentação, e nem aonde encontrar alimentos orgânicos. Sabe me informar um local em Goiânia que eu possa encontrar?
Muito obrigada!
Vou seguir firme com minha opinião e implantar esse estilo de vida diferenciado na vida da minha filha. Sei que ela vai agradecer no futuro... :D
Abraços!!
Olá Pollyana, fico muito feliz em saber que as dicas estão sendo úteis pra você. No Facebook e Instagram do Blog tem dicas curtinhas que posto quase que diariamente tbm. (todos tem o nome de Bebe Vege). Entendo muito sua dificuldade em enfrentar a família e o que posso te dizer é que seria legal que você tivesse ao seu lado um pediatra ou nutricionista que pudesse te dar esse apoio. O acompanhamento de um profissional de saúde nos deixa muito mais seguras e a família mais tranquila também. Sua bebê está com 7 meses a ainda está experimentando as coisas. Veja o que o paladar dela mais aceita e aposte nisso. Os vegetarianos substituem a carne pelas leguminosas, que são os feijões, lentilhas, ervilha e grão de bico. Você já pode dar esses alimentos pra ela bem amassadinhos, misturados aos legumes. Nossa dieta aqui inclui ovo, mas eu dava no começo muito de vez em quando para meu bebê, já que eu ainda amamentava, e assim a vitamina B12 (proveniente apenas no reino animal) vinha do meu leite, então eu não me preocupava muito em dar ovo com certa frequência. Acontece que as crianças se desenvolvem muito rápido e cada hora suas necessidades mudam. Por isso seria bem legal ter um profissional para te orientar melhor. Não conheço nenhum em Goiânia (o meu é de SP já que vou pra lá com certa frequência pois minha família toda é de lá), mas posso procurar e te falar. Grande abraço!
ExcluirOs alimentos orgânicos são aqueles que não usam agrotóxicos ou qualquer interferência física ou química durante o processo de produção. Como é inviável que o consumidor visite as produções para ter certeza, as instituições certificadas criaram um selo. A certificação é feita por empresas cadastradas pelo Mapa – Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. De acordo com informações do Mapa, os produtos vendidos em mercados, supermercados, lojas DEVEM ter o selo federal do SisOrg em seus rótulos, sejam produtos nacionais ou não. Se o produto for vendido a granel deve estar identificado corretamente, por meio de cartaz, etiqueta ou outro meio.
ResponderExcluirA selagem pode variar, pois existem os orgânicos, que podem ter até 5% de componentes não-orgânicos, e os que contam apenas com alguns ingredientes orgânicos que, para ter o selo, precisam de ao menos 70% de ingredientes orgânicos na composição. Se o produto for exposto sem o selo, será apreendido e a loja será notificada sobre as providências.
Ou seja, se não há nenhum selo de certificação o produto não é, de fato, livre de qualquer produto que faça mal.
Procure sempre produtos com selo de certificação. É a única garantia de estar consumindo um produto que realmente não faz mal para você, sua família e o planeta.
Parabéns pelo post! Um abraço
Obrigada por sua importante colaboração Luciana. Hoje na cultura de que todo mundo quer se dar bem, até nisso temos que ter cuidado. Reparemos mais atentamente as certificações. Grande abraço!
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