Prepare-se: um dia você vai encontrar seu filho mascando
chiclete. Com a boca suja de biscoito recheado. Tomando um copo de coca cola. Ou
se esbaldando no sacolé (ou laranjinha). Essa é a vida, minha amiga/meu amigo. E não
tente fazer dessa grande surpresa um momento de terror pra ele. Guarde a
indignação pra você. E oriente que não coma nada, se possível, sem antes falar
com você. Dá um desânimo brutal, você se esforça em pesquisar os alimentos mais
saudáveis, lê rótulos, restringe ao máximo o acesso às besteiras e vem a
sociedade e joga um saco de bugigangas em cima dos nossos filhos.
Não sigo na minha família o Bela Gil Way of Life. E nem vou
dizer que sonharia ser assim, porque é irreal. Por mais batata doce que
coloquemos na lancheira dos nossos filhos, eles vão querer é o biscoito
confeitado do Bob Esponja que o coleguinha levou. Suco natural? Você acha o
máximo. Mas seu filho inveja é o suco de caixinha que a maioria toma no lanche.
Aí vem os pediatras e nutricionistas defendendo que se a criança não tiver
contato com industrializados até os 2 anos ela não terá gosto pelas porcarias.
FALSO. Fiz tudo como manda o figurino e meu filho é louco por uma bala. Mesmo
assim, vale a pena manter a máxima de deixar o corpinho dele livre desse lixo
quanto mais tempo melhor. Mas não é assim que a vida segue. Não com todos, pelo
menos.
Escrevo esse post para que você não se apavore diante das
ofertas abundantes dos porcaritos da vida. Eles não são tão venenosos quanto
falam que é. O que vai determinar o nível de periculosidade desses alimentos na
vida do seu pequeno, é a quantidade deles em sua rotina. No meu ponto de vista,
pior do que não ter acesso a isso, é criar um monstro na cabeça das crianças e
as excluírem desse sistema. Sim, alimentação é inclusão. Todos comem pirulito,
por que eu não posso? Entende?
Levando isso pro vegetarianismo, é a mesma coisa. Gelei
quando meu filho colocou uma coxinha na boca (mesmo depois de eu ter falado que
tinha carne). Sabe o que aconteceu? Ele
deu umas duas mordidas e pronto. Agora imagine se eu tivesse tornado a coxinha
um objeto proibido?
E quantos de nós não beliscamos tranqueiras de todas as
cores em nossa infância? Repare que escrevi BELISCAMOS. Acho que o caminho é esse. Como diz o ditado,
nada que é regrado faz mal.
Beijos sabor melancia!